Sete Lagoas, 19 de agosto de 1939, São Paulo , 23 de agosto 2012

Pintor, desenhista, ilustrador e professor brasileiro.

Sob a inspiração dos grandes expoentes acadêmicos dos séculos XIX e XX, e com a orientação dos artistas plásticos Edgar Walter e Guignard, Luiz Pinto iniciou sua carreira na década de 50 em Sete Lagoas, MG.

No início, suas obras eram representações da realidade, apresentadas de maneira livre e fiel ao seu caráter e origem: paisagens rurais, igrejas barrocas, casebres, fundos de quintal, curvas de estrada e naturezas mortas que representavam a simplicidade do cotidiano rural mineiro. Entre as décadas de 60 e 80, sua admiração convergiu para a obra dos mestres nacionais: Almeida Jr., Baptista da Costa, Antônio Parreiras, Eliseu Visconti, Oswaldo Teixeira e especialmente para a obra de seu mestre e amigo Edgar Walter, personagem fundamental no seu desenvolvimento técnico.

A pintura da paisagem passou a ser sua temática principal e objetivo de seus estudos. Pesquisas sobre luz, diversidade cromática e soluções de composição eram seus recursos para obter o colorido e a harmonia exata na reprodução das nossas nuances tropicais. Sua pintura busca o silêncio e uma contemplação quase religiosa. Explora a natureza na intenção de penetrar em seu significado e manifestar um reflexo de paz e calma. Suas obras refletem este amadurecimento.

Ao transferir residência e ateliê de Belo Horizonte para São Paulo, outros aspectos fundamentais foram acrescidos em sua carreira: o mercado de arte, o convívio com outros artistas, o início de sua atividade como professor de pintura, participação em exposições e em Salões de Belas Artes, primeiro como concorrente e depois como jurado.

É reconhecido como um dos principais representantes de arte figurativa no Brasil. Em seus quadros prevalece a paisagem, mas agora sob a influência paulista: a riqueza das fazendas do ciclo do café, trechos de praia, naturezas mortas sofisticadas e exuberância da Mata Atlântica.

A partir da década de 80, através de frequentes viagens à Europa, busca contato direto com similares fora do país. Pesquisa características temáticas e soluções paisagísticas exploradas pelos grandes mestres clássicos e artistas contemporâneos europeus, em instituições culturais como museus, galerias de arte e bibliotecas.

Influenciado pelos hábitos, clima, cores e arquitetura europeia, iniciou sua última fase. Tendo sempre a paisagem como elemento fundamental, agora o plano se aproxima do apreciador. Suas mesas são um convite à convivência. Fruto do amadurecimento emocional e evolução técnica, suas obras partem para uma experiência impressionista. Poucas pinceladas já lhe bastam realizar suas intenções. Luzes e cores são exploradas em todas as suas manifestações naturais e as infinitas possibilidades de composição se tornam um exercício quase lúdico dos sentidos.

Alheio aos rumos da arte contemporânea, Luiz Pinto se manteve em toda sua carreira como no início: fiel ao seu caráter e origens. Proporcionando aos apreciadores de suas obras a experiência do prazer através do olhar.

"Quando eu pinto um quadro procuro transmitir toda felicidade que estou sentindo através dele. Somente quando as pessoas captam esta mensagem, me sinto realizado no meu oficio." Luiz Pinto

FONTE: ESCRITORIODEARTE.COM